Vazamento de petróleo atinge duas unidades de conservação no Rio de Janeiro

Transpetro foi multada em R$ 50 milhões. Prejuízos para o meio ambiente são incalculáveis.


Um oleoduto da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, que liga Angra dos Reis a Duque de Caxias rompeu na última sexta-feira (19), na divisa entre os municípios de Mangaratiba e Itaguaí. O óleo vazou para o rio Itinguçu e atingiu duas unidades de conservação: a Área de Proteção Ambiental (APA) Mangaratiba e a APA Boto Cinza. A empresa foi multada pela prefeitura da Mangaratiba em R$ 50 milhões. A Transpetro já foi notificada e tem prazo de 15 dias úteis para dar uma resposta, a contar do dia do acidente.

De acordo com o subsecretário municipal de meio ambiente de Mangaratiba, Cláudio Maia, a empresa foi multada por ser reincidente. "Nosso próximo passo é consolidar todos os relatórios feitos pelos órgãos ambientais, Inea e Ibama, pelas organizações não governamentais que acompanham o processo e pela própria Transpetro para elaborar um relatório consolidado final", disse. A partir do relatório, e com a apresentação ou não de defesa da Transpetro, uma comissão jurídica da prefeitura e do estado avaliarão o caso.

Para a coordenadora e bióloga do Instituto Boto Cinza, Kátia Silva, o impacto ambiental do vazamento de óleo pode ter um prejuízo incalculável, principalmente na área do manguezal de Itacuruçá, região que reteve boa parte do óleo. "Esse vazamento impacta todo o ecossistema. Ele barra a entrada da luz solar, então as algas não podem fazer a fotossíntese, que é a base de toda a cadeia alimentar, prejudicando diversas espécies", explicou. Ela acrescentou ainda que "o impacto no mangue é enorme, já que atinge toda a base do ecossistema da baía de Sepetiba, desde a biodiversidade que vive no mangue até aqueles que dependem dela para a sua sobrevivência."

A Transpetro confirmou preliminarmente o vazamento de 600 litros de petróleo, dado já contestado pela prefeitura de Mangaratiba. Técnicos do município acreditam que o volume seja de, no mínimo, 30 mil litros. A empresa suspeita de furto de combustível no oleoduto como causa do vazamento, mas técnicos do Instituto Boto Cinza que chegaram próximo ao local não identificaram tentativa de invasão, como violação de cerca. A investigação está sendo feita pela Polícia Civil.



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