Importantes áreas verdes de Fortaleza carecem de proteção legal

O Povo - http://www.opovo.com.br - 05/06/2015
A Capital tem redutos verdes, como o Cocó e a Matinha do Pici, sem delimitação. Áreas são capazes de retardar desequilíbrios ambientais


Se as áreas verdes e os recursos hídricos dão lugar à ocupação sem restrições, os problemas na metrópole se avolumam em ritmo crescente. A sensação térmica nas ilhas de calor piora, a chuva não chega ao lençol freático e pode causar enchentes, águas e ar ficam mais poluídos. Áreas de fauna e flora de Fortaleza, capazes de retardar os desequilíbrios ambientais, carecem de proteção regulamentada pelo poder público. Como exemplos, o Parque do Cocó e o último resquício de cerrado da Cidade, na Cidade dos Funcionários.

A principal luta na Capital é defender o Parque do Cocó da especulação imobiliária, acredita o ambientalista Leonardo Jales, membro do Movimento Pró-Árvore. Ainda sem delimitação, a maior ameaça é à cobertura vegetal. E a mata facilita a penetração dos ventos e dissipa as ilhas de calor, observa Jeovah Meireles, professor do Departamento de Geografia da UFC. Conforme alerta, a diferença de temperatura entre áreas mais habitadas e regiões costeiras já ultrapassa 4o C em Fortaleza.

Regulamentar o parque é luta de 40 anos, diz o secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno. Segundo explica, Prefeitura e Governo acertaram que o lugar será um parque estadual a ser incluído no Sistema Nacional das Unidades de Conservação. Até o fim de 2015, o compromisso é conversar com os proprietários dos terrenos inseridos no local, delimitar a área e criar o plano de manejo.

Ambientalistas e movimentos sociais também reivindicam a preservação da mata de tabuleiro da Matinha do Pici, dentro do Campus da UFC, e da floresta de cerrado em terreno administrado pelos Correios, na Cidade dos Funcionários. O primeiro está inserido no parque Rachel de Queiroz, criado em 2014 e com projetos de urbanização em andamento. A área de cerrado ainda terá proteção definida.

"A legislação é importante, mas não assegura a relevância e o respeito a uma área verde em qualquer cidade. O que assegura o cuidado é a boa utilização e a consciência do cidadão", enfatiza Águeda Muniz, titular da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). Ela pontua que há estudos e projetos em andamento para cuidar destes espaços, além dos parques urbanos e áreas verdes criadas pela gestão em 2014, como Adahil Barreto, Parreão e Rio Branco.

Outros grandes redutos do verde na Cidade merecem proteção. Segundo Leonardo Jales, são também vulneráveis ao desmatamento a floresta do Itaperi, no Campus da Uece, e as florestas inseridas em terrenos militares.

Confira imagem das principais áreas que precisam de proteção ambiental aqui.



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