O ministro Sarney Filho irritou-se com as críticas do governo paraense, que afirmou estar havendo usurpação, pelo governo federal, de 95% das terras sob jurisdição estadual.
Belém - O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, suspendeu a criação da reserva extrativista "Verde Para Sempre", que seria a maior do mundo, com 2,3 milhões de hectares, atingindo sete municípios do sudoeste do Pará.
Irritado com as críticas do governo paraense, que afirmou estar havendo "usurpação" de 95% das terras sob jurisdição estadual para a implantação da reserva, Sarney Filho também mandou suspender a criação de outras cinco reservas extrativistas e nove reservas marinhas no Estado.
Na semana passada, em Santa Maria do Uruará, no município de Prainha, durante um debate sobre a criação da reserva gigante, houve pancadaria e troca de acusações entre ambientalistas, políticos e populares insuflados por prefeitos do sudoeste paraense, que também são madeireiros e se manifestaram contrários à idéia.
O diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José de Anchieta dos Santos, disse que o órgão pretendia criar a reserva gigante porque sentiu que a idéia representava um "anseio popular" dos que vivem na região.
Mas, depois que órgãos como a Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam) e o Instituto de Terras do Pará, além de madeireiros, passaram a criticar o Ministério do Meio Ambiente por criar a reserva sem discutir a questão, a melhor solução foi suspender tudo, para evitar maior polêmica.
De acordo com o presidente do Ibama, Hamilton Casara, a intenção do órgão é abrir o debate com as comunidades paraenses antes de criar, no Estado, novas áreas de preservação. "Com o Pará queremos polêmica positiva e não negativa", disse Casara.
As reservas ambientais que tiveram seus processos suspensos no Estado, além da "Verde Para Sempre", ficariam localizadas nos seguintes municípios: Gurupa, 600 mil hectares; Baião, 60 mil; Anapu, 75 mil; Curralinho, 50 mil; e Novo Repartimento, 2 mil.
Já as reservas marinhas, previstas para ocupar mais de 70% do litoral paraense, iriam ser implantadas nos municípios de Soure, Tracuateua, Viseu, Bragança, São João da Ponta, Augusto Corrêa, Santarém Novo, Curuçá e Maracanã.
Carlos Mendes
(Carlos Mendes-Estado de S. Paulo-SP-1/03/02)
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