A Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Pará (Aimex) questiona o processo de criação de uma reserva extrativista por agricultores, Ibama e ambientalistas na região de Porto de Moz e Prainha, posicionando-se favoravelmente a discutir o assunto, de modo a que as comunidades na área em questão não sejam prejudicadas.
Ao destacar esse posicionamento da entidade, o vice-presidente da Aimex, Roberto Pupo, afirmou ontem que não há resultados sociais e econômicos nas 22 reservas florestais, extrativistas e áreas de preservação no Estado, totalizando 6,368 milhões de hectares. Ele lamentou o clima violento em Porto de Moz que perdura na região nos últimos meses.
Um grupo de cerca de 400 pessoas, incentivadas pela organização não governamenal internacional Greenpeace, recentemente fechou a navegação pelo Rio Jaraucu, para criar um clima favorável à criação da reserva "Verde para Sempre" na região, com 2.250.000 (área de um país como a Bélgica ou um Estado como Sergipe), em prol de uma comunidade de 15 mil habitantes, como frisou Pupo.
"Consideramos importante alertar a opinião pública de que a reserva só não foi criada anteriormente, sem o conhecimento dos paraenses, porque o governador Almir Gabriel tomou conhecimento do assunto semanas antes da assinatura do decreto de constituição da Reserva Verde para Sempre e impediu a criação da mesma. O governador alegou que o Estado do Pará não havia participado das discussões sobre a criação da reserva, assim como de que aquelas eram áreas sob jurisdição do Pará", destacou.
Rejeição - Além do Greenpeace, querem a criação da reserva em Porto de Moz o Centro Nacional de Desenvolvimento das Populações Tradicionais (CNPT), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, Comissão Pastoral da Terra e (Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri).
O dirigente da Aimex citou que o único documento produzido pelo CNPT, no final do ano passado, é "incompleto e revela que a criação da reserva é um movimento de cima para baixo e que as populações tradicionais pouco conhecem sobre o tema Resex (Reservas Extrativistas)". Os relatórios do CNPT, segundo a Aimex, sobre os dois municípios foram feitos por equipes diferentes, mas começam com o mesmo texto e demonstram a intenção de articular as populações para a criação da reserva.
O dirigente da Aimex citou que um abaixo-assinado com um mil assinaturas em Prainha, numa audiência pública com participação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam) indica que a maioria da população e contra a reserva. "Mesmo porque, ao se criar uma reserva, toda a área é desapropriada, passando a ser gerenciada pela União", afirmou.
No mesmo dia, segundo Pupo, foi descoberto um livro de assinaturas em que o CNPT e o Greenpeace angariavam assinaturas em troca de comida, reservando a primeira página do livro com 60 laudas em branco para posterior preenchimento conforme seus interesses. Este fato está registradono Cartório Franco, em Prainha, informou Pupo, destacando que na sexta-feira os dirigentes da Aimex estiveram reunidos com o secretário Paulo Sette Câmara, da Segup.
(-O Liberal-Belém-PA-21/10/02)
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