APA Costa dos Corais promove aumento do estoque de lagosta no litoral nordestino

ICMBio - 29/02/2008
A natureza é sábia, diz o ditado popular. E reage rápido bem quando se adotam estratégias de gestão corretas, como a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, no litoral entre Tamandaré (PE) e Paripueiras (AL). A APA, rica em recifes de corais, praias e manguezais, foi criada há sete anos, para garantir a retomada do ciclo reprodutivo da lagosta. Assim, desde o início, restringiu a pesca, o trânsito de embarcações e até atividades de lazer no local. A estratégia deu tão certo que hoje os estoques de lagosta aumentaram significativamente, inclusive com a oferta de biomassa (alimento) para outras espécies de peixes, que se reproduzem em águas mais profundas.

"Iremos ampliar a proteção da área por mais quatro anos", explica o chefe do Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste do Instituto Chico Mendes (Cepene), que coordena o Projeto Recifes Costeiros, juntamente com o Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo ele, os bons resultados da APA Costa dos Corais será um dos destaques da reunião marcada para os dias 4, 5 e 6 de março, no Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste (Cepene), do Instituto Chico Mendes, que fica em Tamandaré.

A reunião tem como objetivo elaborar estratégias de conservação para a criação de mais áreas protegidas no mar, que servirão para o desenvolvimento de diferentes recursos pesqueiros, protegendo-os das interferências do homem. Do encontro, deve sair uma agenda comum de trabalho e investimentos que vai agilizar a criação dessas áreas, como experimento e estratégia para o aumento da produção pesqueira e conservação da biodiverisdade, além da incorporação dessas medidas por parte das comunidades pesqueiras locais.

A idéia é que, a médio prazo, seja adotada uma política nacional de reservas legais marinhas, como estratégia para cumprimento das metas de conservação marinha definidas na Convenção sobre a Conservação da Biodiversidade, da qual o Brasil é signatário. O Brasil não possui reservas legais marinhas. Dos atuais 3.5 milhões de Km2 de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), somente 2 mil Km2 são protegidos por lei contra a extração de recursos naturais e destruição de habitats - 0.05% da ZEE numa área constituída pelas poucas unidades de conservação marinhas brasileiras. Com isso, o mar brasileiro não tem um espaço natural, livre de interferência humana suficiente para que os estoques se reproduzam, desenvolvam, concluam seus ciclos de vida e possam ser produtivos o suficiente para atender às demandas de consumo da população humana.

A reunião contará com a presença dos diretores do Instituto Chico Mendes Rômulo Melo (de Biodiversidade), Paulo Oliveira (UCs de Uso Sustentável e Populações Tradicionais), Ricardo Soavinky (UCs de Proteção Integral), Gilberto Sales (Centro Nacional de Conservação e Manejo de Tartarugas Marinhas-Tamar), Clerton Pontes (Ceene) e representante da APA Costa dos Corais e do Ibama.

Além deles, estarão também na reunião representantes da Secretaria de Aqüicultura e Pesca (Seape), da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Pernambuco, da Universidade Federal de Pernambuco, da Rede Costeiro- Marinha e Hídrica (Avina), que patrocina a reunião.

A Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais foi criada por decreto federal em 1977, com o objetivo de proteger a diversidade de vida e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais. A área abrange um total de 413.563 hectares, distribuídos em 135 Km de costa de 13 municípios, adentrando 18 milhas náuticas do oceano Atlântico. É a maior unidade de conservação marinha do Brasil.
UC:APA

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